Diário de Cuiabá/cb
O ataque de uma onça a um adolescente de 16 anos ocorrida nesta semana, em Cáceres (MT) serve como alerta para a proximidade dos humanos com os animais na região do Pantanal. Esse foi o terceiro ataque de onça a pessoas em dois anos. O adolescente está internado em estado grave, e foi atacado na quarta-feira (14), quando fazia turismo de pesca no rio Paraguai, junto com um grupo de visitantes de Minas Gerais.
O pesquisador Peter Crawshaw, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodoversidde, disse acreditar que esse tipo de ataque é motivado pela proximidade das pessoas em relação às onças.
“Por tudo que se sei sobre o tema e pelo que pude ver no Pantanal, ao que tudo indica esse último ataque aconteceu porque os turistas ficaram muito próximos da onça. Invadiram o habitat dela”, afirmou o pesquisador.
“Há animais que toleram a presença humana, mas há alguns são mais agressivos. Esses partem para o ataque, como aconteceu essa semana”. Para Crawshaw, não dá para saber se o animal é mais tolerante com a presença humana ou mais agressivo, por isso é preciso manter distância.
Mas a prática de oferecer comida para atrair as onças não é recomendável. A ceva dos animais pode alterar seu comportamento natural, que é de caçar para conseguir se alimentar. Isso pode propiciar os ataques.
“Se considerarmos a proximidade das pessoas com os animais, três ataques em dois anos não é um número alto. Na verdade, poderia até ser bem mais, porque a quantidade de visitantes que o Pantanal recebe é imensa”, afirma Crawshaw.
Para ele, tanto o turista quanto os donos das pousadas devem se conscientizar de que a proximidade com onças e outros animais não é bom para a natureza e traz riscos ao homem. “Nós é que devemos ser sensatos e ter bons hábitos, não os animais”, finalizou o pesquisador.
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