quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ataque de onça a humanos não é comum, alivia PMA

A PMA (Polícia Militar Ambiental) emitiu esclarecimentos sobre o comportamento das onças-pintadas, antes que se iniciasse uma "caça as onças" depois do ataque a um pescador, registrado na segunda-feira.

Segundo o capitão Ednilson Queiroz, biólogo e chefe de comunicação da Polícia Militar Ambiental, os ataques de onças-pintadas a seres humanos são considerados casos isolados.

Ele explica que a legislação federal proíbe a caça aos felinos. "É crime ambiental caçar e matar onças. Elas só podem ser capturadas com autorização do órgão ambiental, em casos de extrema urgência, como, por exemplo, ataques constantes ao rebanho bovino em fazendas da região", esclarece Queiroz.

Já o pesquisador Fernando Azevedo, que coordena um projeto sobre onças pantaneiras na região de Miranda e Corumbá, conta que já capturou 20 onças-pintadas e nunca foi atacado por elas.

"As onças só atacam em duas situações, consideradas de defesa: quando está com filhotes e ou quando está se alimentando. Nesses casos, o animal se sente acuado", explica Fernando Azevedo.

O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, deu entrada no hospital de Corumbá na segunda-feira após ter sito atacado por uma onça pintada.

Ele lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.

"Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar", conta.

Ferido, ele ainda viajou mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.

"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar", revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pantaneiro é atacado por uma onça-pintada e sobrevive




"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas", comenta pantaneiro.

Nelson Urt / Diário Corumbaense
Diário Corumbaense

O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.

“Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar”, conta.

Na segunda-feira, ele deu entrada no Hospital de Caridade, depois de viajar mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.

“Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar”, revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.

Ele conta que a onça-pintada devora um bezerro a cada 20 dias na sua fazenda no Paiaguás. Nessa época do ano, com a cheia do Pantanal, é obrigado a mudar de casa, mais acima, na parte seca. E foi lá que encontrou a onça-pintada, que havia acabado de devorar uma porca. “A porca tinha recém dado cria a um punhado de leitãozinhos”, contou Olímpia, a esposa dele.

Olímpia estava orgulhosa pela coragem e força do marido, que aos 65 anos resistiu ao ataque da onça-pintada e ainda teve energia para galopar até o porto e pilotar uma voadeira. “E olha que o Gregório estava com o rosto todo ensangüentado”, observou.

O pantaneiro diz que não sabe mais o que fazer diante dos ataques de onças-pintadas, porque sabe que existe uma legislação do Ibama proibindo a matança do animal. “Antigamente eu tinha uma 22, mas só dei um tiro com ela e extraviou, nem sei onde foi parar.É complicado tirar porte de arma, mesmo assim você sai no campo sem documento da arma, encontra uma autoridade, e pode ter complicação. Além do mais, é proibido matar onça”, diz.

Pai de nove filhos, sete já casados, ele vive na fazenda ao lado da esposa, Olímpia, de 66 anos, de um dos filhos e de um genro. Hoje ele pode ter alta.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Onça Pintada (ameaçada) - Lúcia Helena Salvetti De Cicco


Web www.saudeanimal.com.br


Nome vulgar: ONÇA PINTADA
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Nome científico: Panthera onca
Nome inglês: Jaguar
Distribuição: Ao sul dos EUA, México, América Central e América do Sul (Noroeste da Argentina)
Habitat: Florestas e savanas
Hábito: Noturno
Comportamento: Solitário e territorialista
Longevidade: 20 anos
Maturidade: 3 a 4 anos de idade
Época reprodutiva: Durante todo o ano
Gestação: 93 a 105 dias
Nº de filhotes: 1 a 4 filhotes
Peso adulto: 36 a 158 Kg
Peso filhote: 700 a 900 g
Alimentação na natureza: Aves, Mamíferos
Alimentação em cativeiro: Carne
Causas da extinção: Caça e destruição do habitat

Os índios do Brasil guardam a gordura da onça abatida e a comem com a ponta de uma flecha. Eles acreditam que ela lhes dá uma grande coragem, como se fosse a porção de um feiticeiro. Essa gordura também é esfregada no corpo dos meninos, para torná-los fortes e protegê-los contra o mal.

Habita florestas úmidas às margens de rios e ambientes campestres desde a Amazônia e Pantanal até os Pampas Gaúchos. A onça pintada ou jaguar possui hábitos noturnos e é solitária. Excelente caçadora e nadadora, costuma abater capivaras, veados, catetos, pacas e até peixes. Pode também caçar macacos e aves. Para atacar sua vítima, é muito cautelosa, desloca-se contra o vento e aproximando-se silenciosamente surpreende a presa saltando sobre seu dorso. Daí surgiu o nome jaguar ou jaguara que significa no dialeto Tupi-guarani a expressão "o que mata com um salto".

Sendo o maior mamífero carnívoro do Brasil, necessita de pelo menos 2 Kg de alimento por dia, o que determina a ocupação de um território de 25 a 80 Km2 por indivíduo a fim de possibilitar capturar uma grande variedade de presas. A onça seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas. Na época reprodutiva, as onças perdem um pouco os seus hábitos individualistas e o casal demonstra certo apego, chegando inclusive a haver cooperação na caça. Normalmente, o macho separa-se da fêmea antes dos filhotes nascerem. Em geral, após cem dias de gestação nascem, no interior de uma toca, dois filhotes - inicialmente com os olhos fechados. Ao final de duas semanas abrem os olhos e só depois de dois meses saem da toca. Quando atingem de 1,5 a 2 anos, separam-se da reprodutora, tornando-se sexualmente maduros.

Apesar de tão temida, foge da presença humana e mesmo nas histórias mais antigas, são raros os casos de ataque ao homem. Como necessita de um amplo território para sobreviver, pode "invadir" fazendas em busca de animais domésticos, despertando, assim, a ira dos fazendeiros que a matam sem piedade. Por esse motivo, e sobretudo pela rápida redução de seu habitat, esse felídeo, naturalmente raro, ainda encontra-se a beira da extinção em nosso país.

Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe

domingo, 1 de junho de 2008

Projetos ajudam a evitar ataque de onça ao rebanho

Projetos desenvolvidos em propriedades rurais da região do Pantanal ajudam pecuaristas a desenvolverem um manejo que evite o ataque de onças aos bovinos e permite uma convivência harmoniosa com os felinos na região.

Esta convivência nem sempre foi boa e a matança de onças gerou reações de ONGs (Organizações Não-Governamentais) que atuam em defesa dos bichos. As ações punitivas e principalmente a própria conscientização dos pecuaristas estão mudando a condução destas questões.

Desde 2002 as onças cuja área de convívio compreende a fazenda San Francisco, em Miranda, são monitoradas. A propriedade tem 6 mil bovinos e no ano passado foram 20 ataques. O projeto identificou alguns hábitos que podem ajudar os pecuaristas da região a evitarem os ataques, segundo explica a Janaína Pickler, assessora técnica de Meio Ambiente e Assuntos Fundiários da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul).

Uma conclusão do projeto, por exemplo, é que o felino ataca com mais facilidade animais de até 12 meses e que não avança mais de 200 metros após a mata. Sabendo disso, o pecuarista pode concentrar os bezerros mais ao centro da propriedade e prevenir o rebanho.

A pedido do pecuarista, também está sendo desenvolvido o monitoramento na Fazenda São Bento, de Corumbá. Os trabalhos nesta propriedade ainda estão e andamento e podem trazer resultados diferentes, já que a região tem outras características.

site: campograndenews