A PMA (Polícia Militar Ambiental) emitiu esclarecimentos sobre o comportamento das onças-pintadas, antes que se iniciasse uma "caça as onças" depois do ataque a um pescador, registrado na segunda-feira.
Segundo o capitão Ednilson Queiroz, biólogo e chefe de comunicação da Polícia Militar Ambiental, os ataques de onças-pintadas a seres humanos são considerados casos isolados.
Ele explica que a legislação federal proíbe a caça aos felinos. "É crime ambiental caçar e matar onças. Elas só podem ser capturadas com autorização do órgão ambiental, em casos de extrema urgência, como, por exemplo, ataques constantes ao rebanho bovino em fazendas da região", esclarece Queiroz.
Já o pesquisador Fernando Azevedo, que coordena um projeto sobre onças pantaneiras na região de Miranda e Corumbá, conta que já capturou 20 onças-pintadas e nunca foi atacado por elas.
"As onças só atacam em duas situações, consideradas de defesa: quando está com filhotes e ou quando está se alimentando. Nesses casos, o animal se sente acuado", explica Fernando Azevedo.
O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, deu entrada no hospital de Corumbá na segunda-feira após ter sito atacado por uma onça pintada.
Ele lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.
"Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar", conta.
Ferido, ele ainda viajou mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.
"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar", revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.
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