A PMA (Polícia Militar Ambiental) emitiu esclarecimentos sobre o comportamento das onças-pintadas, antes que se iniciasse uma "caça as onças" depois do ataque a um pescador, registrado na segunda-feira.
Segundo o capitão Ednilson Queiroz, biólogo e chefe de comunicação da Polícia Militar Ambiental, os ataques de onças-pintadas a seres humanos são considerados casos isolados.
Ele explica que a legislação federal proíbe a caça aos felinos. "É crime ambiental caçar e matar onças. Elas só podem ser capturadas com autorização do órgão ambiental, em casos de extrema urgência, como, por exemplo, ataques constantes ao rebanho bovino em fazendas da região", esclarece Queiroz.
Já o pesquisador Fernando Azevedo, que coordena um projeto sobre onças pantaneiras na região de Miranda e Corumbá, conta que já capturou 20 onças-pintadas e nunca foi atacado por elas.
"As onças só atacam em duas situações, consideradas de defesa: quando está com filhotes e ou quando está se alimentando. Nesses casos, o animal se sente acuado", explica Fernando Azevedo.
O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, deu entrada no hospital de Corumbá na segunda-feira após ter sito atacado por uma onça pintada.
Ele lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.
"Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar", conta.
Ferido, ele ainda viajou mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.
"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar", revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Pantaneiro é atacado por uma onça-pintada e sobrevive
"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas", comenta pantaneiro.
Nelson Urt / Diário Corumbaense
Diário Corumbaense
O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.
“Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar”, conta.
Na segunda-feira, ele deu entrada no Hospital de Caridade, depois de viajar mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.
“Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar”, revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.
Ele conta que a onça-pintada devora um bezerro a cada 20 dias na sua fazenda no Paiaguás. Nessa época do ano, com a cheia do Pantanal, é obrigado a mudar de casa, mais acima, na parte seca. E foi lá que encontrou a onça-pintada, que havia acabado de devorar uma porca. “A porca tinha recém dado cria a um punhado de leitãozinhos”, contou Olímpia, a esposa dele.
Olímpia estava orgulhosa pela coragem e força do marido, que aos 65 anos resistiu ao ataque da onça-pintada e ainda teve energia para galopar até o porto e pilotar uma voadeira. “E olha que o Gregório estava com o rosto todo ensangüentado”, observou.
O pantaneiro diz que não sabe mais o que fazer diante dos ataques de onças-pintadas, porque sabe que existe uma legislação do Ibama proibindo a matança do animal. “Antigamente eu tinha uma 22, mas só dei um tiro com ela e extraviou, nem sei onde foi parar.É complicado tirar porte de arma, mesmo assim você sai no campo sem documento da arma, encontra uma autoridade, e pode ter complicação. Além do mais, é proibido matar onça”, diz.
Pai de nove filhos, sete já casados, ele vive na fazenda ao lado da esposa, Olímpia, de 66 anos, de um dos filhos e de um genro. Hoje ele pode ter alta.
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